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O Lemgruber de ponta da ELGE

Marca tem cada vez mais espaço nas centrais de inseminação artificial e em importantes sumários de touros.

POR IVARIS JÚNIOR

O Nelore ELGE, fechado na linhagem Lemgruber, expandiu sua bateria de reprodutores na última temporada. O resultado da evolução do plantel pode ser conferido pelos números de cada um desses reprodutores. É o que dizem as Diferenças Esperadas de Progênie (DEPs), apuradas pelo programa Geneplus, da Embrapa Gado de
Corte (Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte – CNPGC, de Campo Grande, MS).

As novas estrelas da grife administrada pela médica veterinária Guta Alonso, com propriedade em Dois Irmãos do Buriti (MS), são: Porto, Atlas, Nilo, Cronos, Portenho, Xingu e o Bélico. Eles se juntam a Gurupi e Atol, reprodutor exposto na ExpoGenética 2020, entre outros. Atol é Deca 1 no PMGZ, outro programa de melhoramento genético, mas levado pela ABCZ.

Ana Elisa Bardi, diretora da Pecus (empresa parceira da DGT Brasil) ao lado de Matheus Vieira, são profissionais que coletam imagens ultrassonográficas na ELGE desde 2015. Segundo eles, “analisando os dados fenotípicos desses novos touros, observa-se ganho significativo para Peso, AOL e MAR”, explica.
No entanto, os técnicos chamam a atenção para o touro Atol, destaque entre os produtores da Associação da Confraria Carcaça Nelore, por transmitir equilíbrio na composição de carcaça, com destaque para marmoreio (MAR) e espessura de gordura subcutânea (EGS), características indicativas de qualidade de carne, precocidade e fertilidade.


A casa do Nelore ELGE
A fazenda possui 1,4 mil hectares e 450 matrizes Nelore PO. Delas saem tourinhos e produtores de sêmen. Não há operação de recria, engorda ou confinamento. O regime base é de pasto, sem artificialismos, apenas com suplementação proteico-mineral, simulando as exigentes condições básicas de produção do cerrado brasileiro.
O manejo de cocho acontece apenas para os animais direcionados à comercialização. Em 2021, a marca realizou sua venda exclusiva em 7 de junho, comercializando
120 cabeças para investidores das principais praças pecuárias do País. Elas saíram de uma base de plantel proveniente de criatórios renomados.
“Desta linhagem Lemgruber, distinguida por sua rusticidade, habilidade materna e docilidade, são características que meu pai, Ricardo Augusto Alonso (falecido em 2015), jamais abriu mão de preservar em nossa seleção. Então, o sentido se mantém intacto. É o nosso diferencial”, reitera Guta.
O Nelore ELGE é marca bastante respeitada entre os neloristas que buscam incessantemente gerar animais com os melhores índices zootécnicos e excelência no fornecimento de matéria-prima à indústria frigorífica. Também é reconhecida por se valer de tecnologias de ponta, em todos os setores da fazenda.
Além das DEPs geradas pelo Geneplus, também trabalha com os índices do Programa de Melhoramento Genético do Zebu (PMGZ), levado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). A reprodução é assistida por Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) e valoriza fertilidade e precocidade.

Melhoria contínua
Os programas de melhoramento genético que norteiam a seleção ELGE demonstram a evolução do rebanho. O Geneplus é a principal testemunha desse salto, nos últimos dez anos. Quem fornece os números é Leonardo Martin Nieto, coordenador de ações e produtos para raças zebuínas do programa e amigo que há muitos anos acompanha essa jornada.
Segundo o pesquisador, em 2020, os ganhos já se manifestavam fortemente no Peso à Desmama (PD), com quase 300% de incremento. Depois vem Peso ao Sobreano (PS) e Ganho de Peso PósDesmama (GPD) com percentuais acima de 200%. Nos índices principais que definem precocidade reprodutiva, aparecem Circunferência Escrotal ao Sobreano (CES), salto de 289%; e Idade ao Primeiro Parto (IPP), 153%.

Quanto à evolução das carcaças e, consequentemente, da qualidade de sua carne, quem faz os destaques é Ana Elisa, cujo trabalho abastece de informações o Geneplus. Em 2020, a técnica destacou que, nos últimos cinco anos, a genética ELGE acrescentou na média 23% em cm2 na Área de Olho de Lombo (AOL) dos seus animais.
Já, em dez anos, este salto é de 197%. Vale lembrar que melhorar o que já é bom, sempre é mais difícil. No item marmoreio, neste quinquênio, o incremento é ainda mais expressivo: 45%. Já no peso médio das carcaças, o ganho é de 6%, enquanto que o da cobertura de gordura subcutânea é de 3%.

Fonte: Revista Nelore